– “Vai, mulher lerda!”
A menina, de 4 anos, nem se abalou ao ver o pai virar-se, espantado. Afinal, não era assim mesmo que ele fazia? Já o pai foi dormir naquela noite revendo alguns conceitos…
Essa pequena história, real, serve para ilustrar um fato mais do que comprovado: crianças aprendem imitando o comportamento dos adultos, vendo como estes agem e reagem – e não seguindo seus conselhos ou ensinamentos. Portanto, se você pretende ter um filho preocupado com o bem comum, ciente do outro e bom cidadão, não há outro jeito a não ser começar a seguir essa trilha você mesmo.
De nada adianta pedir calma aos filhos e agir feito um desesperado ao volante. Falar às crianças que elas devem ser legais com os amigos e dividir os seus brinquedos se somos os primeiros a furar fila, trafegar pelo acostamento ou largar o carrinho do supermercado dentro do elevador para que outro o leve até a garagem quando dá preguiça. Pode ter certeza: seus filhos vão tratar os outros, e a cidade, exatamente como você os trata. E devolverão consideração ou desrespeito na mesma medida em que os recebem.
Mas, afinal de contas, o que é essa tão falada cidadania? O conceito, que surgiu na Grécia Antiga, designa os direitos e deveres de todos os que vivem nas cidades. Alguns estão expressos em leis, como os direitos civis ou políticos. Outros simplesmente fazem parte das regras de bom senso e de convivência que cada comunidade adota. Em poucas palavras, a questão é simples: para usufruir do monte de benefícios que o viver em comunidade traz, é preciso, também, dar de volta, obedecendo regras estabelecidas e honrando deveres que garantem que o bem comum e os direitos dos outros também sejam preservados.